A ameaça invisível no seu prato
O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados tem gerado preocupações crescentes no mundo da saúde pública. Esses produtos industrializados, altamente processados e repletos de aditivos químicos, conservantes, corantes e aromatizantes, estão associados a uma série de consequências prejudiciais para a saúde. Vamos explorar como esses alimentos podem afetar seu bem-estar e destacar algumas alternativas mais saudáveis.
“Os alimentos ultraprocessados nem sequer deveriam ser considerados alimentos”, Renata Bertazzi Levy, pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, tem realizado estudos importantes sobre o consumo de alimentos ultraprocessados e seus impactos na saúde.
Em seus estudos, Levy destacou a clara relação entre o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e a crescente prevalência de sobrepeso e obesidade em todo o mundo. Ela afirmou que esses alimentos podem ser considerados uma causa de obesidade e sobrepeso.
“Ganho de peso, incidência de diabete, doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e outras doenças associadas à mortalidade são todos malefícios relacionados ao consumo de gêneros alimentícios ultraprocessados.”
Levy também enfatizou que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco aumentado de desenvolver mais de 30 doenças diferentes. Entre essas doenças, estão hipertensão, infarto, acidentes vasculares cerebrais, diabetes tipo 2, câncer e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.

Levy defende que os alimentos ultraprocessados nem sequer deveriam ser considerados alimentos e sugere que políticas públicas, como a regulação de rotulagem e aumento de impostos, poderiam ter um impacto positivo na saúde pública. Citada entre os maiores cientistas do mundo, Renate Levy, diz que combate ao tabagismo pode ser exemplo para taxar indústria alimentícia.
“Propaganda para público infantil e adolescente, venda em escola, devem ser proibidas”, diz em entrevista ao Jornal da USP no Ar. Ela defende que regulação de rotulagem e aumento de impostos também teriam um impacto positivo na saúde pública.
Doenças Associadas ao Consumo de Alimentos Ultraprocessados
Doenças Cardiovasculares: O alto teor de sódio, gorduras trans e saturadas nos alimentos ultraprocessados contribui para o aumento da pressão arterial e a formação de placas nas artérias, elevando o risco de hipertensão, infarto e acidentes vasculares cerebrais.
Diabetes Tipo 2: O consumo excessivo de açúcares adicionados e carboidratos refinados presentes nos ultraprocessados pode levar à resistência à insulina e ao aumento dos níveis de glicose no sangue, contribuindo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Obesidade: Os alimentos ultraprocessados são ricos em calorias, açúcares e gorduras, mas pobres em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras. Isso resulta em ganho de peso e obesidade, que são fatores de risco para várias outras doenças crônicas.
Câncer: Estudos sugerem que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer, como câncer de mama, colorretal e pancreático, devido aos aditivos químicos e conservantes presentes nesses produtos.
Problemas de Saúde Mental: Há evidências de que o consumo de alimentos ultraprocessados está ligado a um risco maior de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais. A baixa qualidade nutricional desses alimentos pode afetar negativamente a saúde mental.
Afinal, que são os Ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são produtos industrializados que passam por várias etapas de processamento e contêm diversos ingredientes, como aditivos químicos, conservantes, corantes, aromatizantes, entre outros. Eles são formulados para serem convenientes e prontos para consumo imediato ou rápido preparo.
Aqui estão alguns exemplos comuns de alimentos ultraprocessados:
Refrigerantes e bebidas adoçadas: Como refrigerantes, bebidas energéticas, sucos artificiais e chás adoçados.
Snacks salgados: Incluindo batatas fritas, salgadinhos de milho, pipocas de micro-ondas e biscoitos salgados.
Doces e sobremesas: Como sorvetes, bolos industrializados, biscoitos recheados, chocolates e balas.
Carnes processadas: Exemplos incluem salsichas, presuntos, mortadelas, nuggets de frango e hambúrgueres industrializados.
Pães e massas instantâneas: Como pães de forma industrializados, macarrões instantâneos e pizzas congeladas.
Refeições prontas e congeladas: Incluindo lasanhas, pratos prontos congelados e sopas instantâneas.
Cereais matinais: Muitos cereais matinais, especialmente os açucarados e coloridos, são considerados ultraprocessados.
Margarina e outros produtos derivados: Margarina, cremes vegetais e outros produtos similares. Esses alimentos ultraprocessados são geralmente ricos em calorias, açúcares, gorduras e sódio, mas pobres em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras. É importante limitar o consumo desses alimentos e dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados para promover uma alimentação mais saudável.
Comparação com Alimentos Industrializados Saudáveis
Em contrapartida, existem opções de alimentos, embora industrializados, saudáveis que podem ser incluídas na dieta sem comprometer a saúde. Aqui estão alguns exemplos:
Snacks Saudáveis: Nozes e sementes embaladas sem adição de sal ou óleos, iogurte natural sem açúcares adicionados e vegetais crus prontos para consumo são ótimas opções de snacks industriais saudáveis.
Sopas Saudáveis: Sopas de legumes enlatadas com baixo teor de sódio e sem conservantes artificiais, assim como sopas prontas orgânicas, feitas com ingredientes naturais, são alternativas saudáveis para refeições rápidas.
Cereais Matinais Saudáveis: Aveia instantânea sem adição de açúcar, muesli embalado com ingredientes naturais e granolas industrializadas com baixo teor de açúcar são opções nutritivas para o café da manhã.
Ao fazer escolhas mais conscientes e informadas, é possível reduzir, e mesmo eliminar, o consumo de alimentos ultraprocessados e optar por opções mais saudáveis, promovendo uma melhor qualidade de vida e prevenindo diversas doenças.
Fontes: jornal.usp.br, Ministério da Saúde, Broto Botica
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